Segundo dia do Conbrascom destaca inovação, liderança e produção de conteúdo
O segundo dia do XIX Congresso Brasileiro dos Assessores de Comunicação do Sistema de Justiça (Conbrascom) começou com a estreia do ConBrax, modalidade de palestra voltada à partilha de ideias e cases inspiradores, que merecem ser disseminados por seu potencial de promover transformação entre os participantes.
A jornalista e escritora Dani Arrais abriu a série de palestras da manhã com o tema: "Pra quem você escolhe dar sua audiência?" De forma leve e envolvente, Dani trouxe reflexões sobre a crise da atenção e o alto consumo de conteúdo nas redes sociais. Ela ressaltou a importância de se priorizar a produção de conteúdos que dialoguem diretamente com as pessoas, utilizando linguagem simples e com intencionalidade. Para a criadora da página Contente.vc, quando um profissional da comunicação traduz a informação de forma acessível, consegue ultrapassar bolhas que favorecem a desinformação.
"Se você está criando para a internet, precisa cuidar do tempo das outras pessoas. Não fazer nada só para constar ou cumprir um checklist. É fazer com intenção e entender que o conteúdo pode transformar a vida de alguém. Colocar o seu trabalho a serviço das pessoas", afirmou.
Para Jonathas Seixas, coordenador de multimeios do Conselho Nacional de Justiça, a palestra trouxe a oportunidade de repensar a forma de produzir conteúdo, valorizando o olhar do cidadão que busca entender os serviços da instituição e seus próprios direitos. "Reforçou aquela ideia de que não estou falando para alguém, mas com alguém", destacou.
Às 10h da manhã, Thalita de Jesus falou sobre liderança na palestra "Como ser um líder e não um chefe?". Em tom de conversa, ela abordou as diferenças entre chefiar e liderar, apresentando princípios essenciais para uma liderança eficaz, que vão desde a construção da confiança até o incentivo à coletividade e o interesse genuíno pelas pessoas.
"Para mim, a principal diferença entre chefiar e liderar é a habilidade de fazer com que as pessoas sigam você sem precisar da força de um crachá ou de uma hierarquia pré-estabelecida", explicou.
Entre os desafios da nova geração de líderes, Thalita apontou as diferenças geracionais e a importância de líderes atuarem como amplificadores, capazes de trazer clareza de visão e motivação para suas equipes. Para Irma Helen, participante do Conbrascom, a palestra foi um convite a pensar a liderança com alma, abrindo espaço para servir, inspirar e crescer em conjunto. Segundo ela, esse modelo representa o espírito do “líder a serviço”, cada vez mais valorizado e que leva o exercício da liderança a um novo patamar.
A terceira palestra da manhã foi conduzida por Murilo Leal, jornalista e consultor em storytelling. Com destaque na produção de conteúdo estratégico, Murilo enfatizou a importância da construção cuidadosa das narrativas e da adequação dos formatos ao público-alvo, como forma de garantir mais clareza e engajamento. "Uma comunicação mais efetiva no ambiente institucional está diretamente ligada à aceitação do ser humano como ele é. Todos gostam de histórias autênticas, com vulnerabilidade, histórias reais vividas em um mundo real", afirmou.
Encerrando a programação da manhã, André Tamura apresentou a palestra "Redes e Laboratórios de Inovação no Sistema de Justiça". Ele destacou a importância de espaços colaborativos dentro das instituições, que permitam criar e testar soluções voltadas para diferentes realidades, tanto na comunicação quanto na entrega dos serviços de Justiça. Tamura também ressaltou que esses espaços colaborativos podem contribuir para melhorar a percepção do cidadão sobre os serviços oferecidos.
"A formação de laboratórios de inovação tem um enorme potencial, não apenas na comunicação, mas também na forma como os serviços da Justiça são entregues à sociedade", concluiu.