São Luís do Maranhão sedia, entre os dias 6 e 8 de agosto, o Congresso Brasileiro dos Assessores de Comunicação da Justiça (Conbrascom), encontro que reúne assessores de todo o país e fomenta o desenvolvimento de uma política de comunicação voltada para o esclarecimento do cidadão e para a contribuição da democratização do acesso à Justiça. Nesta quarta-feira, como atividade pré-evento oficial, os congressistas participaram de oficinas divididas em quatro áreas: captação e edição no celular, acessibilidade, inteligência artificial e resultados sem impulsionamentos.

O Conbrascom, que este ano tem como tema “Do viral ao vital: o poder da comunicação na construção da Justiça”,  é uma realização do Fórum Nacional de Comunicação & Justiça (FNCJ) e conta com o apoio das instituições do sistema de justiça do Brasil, como o Poder Judiciário, Ministérios Públicos, Defensorias Públicas, Tribunais de Contas e instituições afins. Para Lídia Nercessian, do Tribunal Regional do Trabalho, as oficinas são importantes, pois o aprendizado em grupos subdivididos favorece a interação e o aprendizado. “É um formato mais dinâmico e que faz com que os participantes consigam extrair melhor o conteúdo e colocá-lo em prática na rotina diária em seus órgãos de atuação. Além da integração mais próxima, o tempo maior que das oficinas consegue o aprofundamento das temáticas”, destacou a congressista.

Marcada por debates e olhares voltados à atualidade, a oficina sobre acessibilidade na comunicação despertou em Íris de Faria, da Justiça Federal do Rio de Janeiro, um olhar mais sensível e mais amplo. “Além de trazer exemplos práticos e dicas muito importantes, nos demos conta de, inicialmente, identificar o capacitismo nas nossas práticas diárias e, a partir disso, melhorarmos cada vez mais. Nós, enquanto agentes públicos, devemos sempre nos qualificarmos como profissionais, mas crescermos, sobretudo, como pessoas, como cidadãos”, pontuou a comunicadora. As oficinas foram realizadas nas dependências do Hotel Blue Tree, no bairro do Calhau, onde serão realizadas as demais atividades do Congresso que conta com nomes conhecidos nacionalmente como palestrantes.

A criadora de conteúdo, escritora, roteirista e facilitadora de oficinas Anna Beatriz Lessa, responsável pela prática “Pega o celular e vem - Criar, gravar e editar com o que você já tem nas mãos” enfatizou o desafio sobre o conteúdo que precisa ser passado pelos órgãos do sistema de justiça e a concorrência com o entretenimento puro e simples das redes sociais. “A importância dessa oficina é justamente conseguir ligar o conteúdo que é de entretenimento aos assuntos que precisam ser compreendidos e ouvidos pela sociedade, para que eles se tornem mais palatáveis, mais fáceis de serem entendidos, mais compartilháveis também, que gerem o desejo e a curiosidade de aprender sobre temas que são importantes para a sociedade”, compartilhou a facilitadora.

Para o analista de comunicação do Ministério Público do Estado do Acre, Hudson Menezes, pela primeira vez no Conbrascom, a troca de experiências é essencial para o desenvolvimento do sistema como um todo. “É importante estejamos sempre nos atualizando para acompanhar essas mudanças na comunicação. Estas oficinas de hoje trazem essa oportunidade de aperfeiçoamento em uma área que tem se transformado muito. Os conhecimentos serão muito bem aproveitados no dia a dia, porque eles vão permitir uma assessoria mais eficiente, rápida e principalmente que converse com a sociedade o que ela tem consumido”, destacou Hudson Menezes.

Após a realização das oficinas, ocorrerá a abertura oficial do Conbrascom 2025, no Hotel Blue Tree, local que receberá todas as atividades do evento, exceto a premiação que fechará a programação reconhecendo as iniciativas exitosas das instituições do sistema de justiça. Segundo Andréa Colins, servidora do TJMA e que trabalha na coordenação do evento, o ciclo de oficinas é um pontapé para preparar os participantes para as próximas etapas do Congresso. “Além de preparar profissionalmente as comunidades, essa primeira parte pré-evento também é um estímulo, pois a programação está apenas no começo e muitos assuntos importantes ainda serão debatidos ao longo dos três dias de atividade. Nós iniciamos com o pé direito e comemorando os resultados que já são perceptíveis entre os participantes”, concluiu Andréa Colins.