"Site já virou vovô", alerta publicitária
Mais leveza. Essa foi a principal recomendação da publicitária e ativista Nádia Rebouças aos assessores do Judiciário, em palestra que abriu o Conbrascom deste ano. Com 43 anos de experiência no mercado, a criadora de peças memoráveis como "Danoninho - vale por um bifinho" afirmou que o Poder Público precisa adotar uma linguagem mais acessível para alcançar a população.
"O maior erro é achar que basta dar a informação", destacou Nádia. "Mas se eu não emociono, se não há envolvimento, eu não comunico. A Coca-Cola jamais vai chegar na televisão e dizer 'Olhe, aqui nesta garrafa tem um xarope gostoso'. Ela vende a felicidade. E é isso o que falta à comunicação governamental: transformar a informação em comunicação".
Para a palestrante, o governo também deve falar menos. "Há uma enorme dificuldade em tratar de uma ideia em apenas 30 segundos. Com isso, os órgãos públicos descartam décadas de conhecimento acumulado no marketing e na publicidade", ressaltou.
Segundo a publicitária, as mudanças tecnológicas e a emergência de uma sociedade em rede vão obrigar os órgãos públicos a abandonar o terno e a gravata, adotando uma linguagem mais acessível a um público que passa a ser visto como um interlocutor, e não apenas como consumidor passivo.
"É preciso humanizar a forma, o tom e o conteúdo, Se você é muito formal, quem é que vai querer interagir com a sua instituição?, perguntou. "Está faltando uma conversa mais leve, e o Facebook acaba sendo uma ferramenta muito mais adequada para isso do que um site, que é algo mais institucional. O site já virou vovô", brincou